terça-feira, 10 de junho de 2014

Tríplice Fronteira - Relatório de Campo de Geografia do Brasil
Alunos: Bruna Favaro,Diego Caffarena, Gilberto Capeloto, Larissa Alves, Renan Matheus Messias, Vinicius Iria, Caio Cezar Cunha.


Introdução
O presente relato tem por objetivo apresentar o trabalho de campo ocorrido nos dias 08, 09 e 10 de maio de 2014, ocorrido em Foz do Iguaçu – Brasil, Ciudad Del Este – Paraguai e Porto Iguazu – Argentina, referentes às disciplinas de Geografia do Brasil; e Recursos naturais e educação ambiental, ministrados respectivamente pela profª Dr. Márcia Siqueira de Carvalho e profº Dr. Carlos Alberto Hirata, como parte do curso de graduação em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina.
Os alunos do 4º ano da graduação saíram no dia 08/05 às 23h00min do estacionamento da Universidade Estadual de Londrina em direção a Foz do Iguaçu, sendo percorrido um total aproximado de 600 km, com diversas paradas no decorrer do percurso.
O objetivo do trabalho de campo foi de verificar qual a vivência do Brasil em suas fronteiras internacionais de Paraguai e Argentina, nas atividades desenvolvidas por essas fronteiras, verificando os aglomerados urbanos e comerciais dessa região, juntamente com seus aspectos ambientais e sociais.
Breve Consideração Teórica
A Tríplice Fronteira é composta por Brasil, Argentina e Paraguai, sendo segundo Gomes (2008) “A fronteira é um lugar propício para entender como as diferentes comunidades se organizam e se reproduzem em sociedade, com seus efeitos”, ou seja, a fronteira se constitui de histórias de nacionalidades diferentes que interagem na formação da sociedade que produz novas histórias.
O que perpetua nesses locais então são a realidade e o Estado soberano, que busca de diferentes maneiras o controle social, econômico e territorial dessas fronteiras, onde “suas fronteiras plenamente reconhecidas são confundidas pela dualidade entre o direito, que reclama a soberania do Estado, e as realidades atuais” com base em Gomes, 2008. 
Dessa maneira, compreende-se a fronteira como ponto determinante de soberania a uma nação, mas não necessariamente a determina em virtude das realidades locais que se fazem todos os dias nos embaraços sociais.
Hoje a Tríplice Fronteira representa um elo muito grande entre os três países, se unindo pela Ponte da Amizade (Paraguai), Ponte da Fraternidade (Argentina), Itaipu Binacional (Brasil e Paraguai) e o Parque Nacional do Iguaçu (Argentina, Paraguai e Brasil).
Tal elo se justifica de maneira social e economicamente, principalmente, pelas problemáticas que envolvem tal região, sendo problemas de tráfico de drogas e armas, prostituição infantil, trabalho escravo, lavagem de dinheiro, entre outros, como menciona Linares, et. al (2005) "Numa situação social marcada pela pobreza, numa região geográfica que é rota de tráfico de drogas, armas, animais, pessoas, órgãos e outros delitos e numa sociedade que estimula o consumo".

Sendo essencial que tais problemáticas sejam resolvidas em conjunto dentro da fronteira, que serve de caminho para muitos comerciantes legais e ilegais.
Hoje a Tríplice Fronteira é ligada ao mercado global, sendo o consumo de mercadorias vindo de diferentes partes dos países mediantes os turistas que se seguem na fronteira e até mesmo fora dela para compras e lazer, enaltecendo ainda mais a importância dessa fronteira enquanto um pólo global. 
Sobre Foz do Iguaçu: Breve consideração.
Foz do Iguaçu é conhecida como a mais importante cidade da Tríplice fronteira, possui um conjunto de características, que remetem a condição geopolítica contemporânea, a cidade teve seu surgimento como colônia militar no século XIX,resultado de tensões entre os países da Bacia do Prata em relações ao controle das fronteiras e do território.
Foz do Iguaçu que junto a Ciudad Del Este(Paraguai) e Puerto Iguazu (Argentina), forma uma espécie de metrópole trinacional, sempre foi o foco privilegiado de interesses geopolíticos. Se o seu surgimento esteve atrelados estratégias militares de controle territorial, o seu crescimento e desenvolvimento foram derivados de políticas do governo federal concernindo todo oeste paranaense.
A construção da BR-277, da Ponte Internacional da Amizade e da Usina Hidrelétrica de Itaipu revele o valor da Tríplice fronteira e de Foz do Iguaçu na relação entre países do Cone Sul, por meio da concentração de atividades turísticas e das praticas de comercio ilegal junto a Ciudad Del Este, a cidade se coloca numa condição única dentro de um cenário de integração regional do Mercosul. Ao mesmo tempo em que problemas envolvendo o controle da fronteira, com reflexos políticos econômicos e sociais para toda a América Latina.
Em relação ao comércio ilegal pode-se dividir em : sacoleros- atravessam a Ponte da Amizade ou a Ponte Tancredo Neves para comércio de eletrônicos, objetos pessoais,produtos de beleza etc;  mesetas- atravessadores de armas,drogas, munição, geralmente essas mercadorias são transportadas por barcos, ponte, carro; comércio formiga- moradores de Puerto Iguaçu e Ciudade Del Este, transportam a pé ou de bicicleta pela ponte Tancredo Neves ou Ponte da Amizade, buscando mercadorias no Brasil também, porém essa prática perdeu força graças, a valorização do real em relação ao peso.

 

Ciudade Del Este
Situada a leste do Paraguai e as margens do Rio Paraná, a Ciudad del Este está localizada a 327km da capital Assunção. A cidade é internacionalmente conhecida pelo comercio informal, caracterizado pela falta de infraestrutura e trabalhadores ambulantes de rua, comercio este que se desenvolve com os países vizinhos, Brasil, Argentina e Uruguai, através da compra e venda de bens de consumo.
Na figura 01 abaixo, podemos observar a localização exata da Ciudad del Este no mapa:
Imagem 01: Localização de Ciudade Del Este na tríplice fronteira.
                              Fonte: Google mapas. Acesso em 09jun. 2014
A Ciudade Del Este, por estar localizada na Tríplice Fronteira, compreendida por limites internacionais entre Brasil, Paraguai e Argentina, e de acordo com Fernando Robson (s.d), em uma análise acerca desta área, o local se transformou em um espaço de insegurança, máfia transnacionais, pirataria, contrabando, lavagem de dinheiro e de artigos roubados, armas e tráfico de drogas e pessoas.
Na visita realizada, podemos observar que realmente, o local tem um movimento grandioso de pessoas, que quase sempre buscam por produtos com preços abaixo do mercado, e através de uma pesquisa informal, pudemos constatar que os itens mais procurados de fato são bebidas e perfumes, dentre tantos outros bens de consumo disponível no mercado da cidade, com preços abaixo da média justificado pela isenção de impostos praticados pelo país em questão.
A fronteira que liga o Brasil ao Paraguai, através da Ponte Internacional da Amizade, é local de muita movimentação, principalmente nos finais de semana, dias em que sacoleiros se destinam ao país vizinho para comprar produtos a serem revendidos em vários dos estados Brasileiros, principalmente nas cidades do Estado do Paraná, fato este explicado pelo fácil acesso ou pequena distância ao Paraguai, com por exemplo a viagem realizadas por nós, alunos do 4°ano de Geografia da Universidade Estadual de Londrina, teve duração de pouco mais de 7 horas até a cidade de Foz do Iguaçu, e após, a distância do centro de Foz até a Ciudad Del Este é de aproximadamente 5km, ou 10 minutos de carro.
A travessia da Ponte Internacional da Amizade pode ser feita de várias formas, de carro, de moto, muitos taxistas e moto taxistas estão disponíveis para fazer a travessia, porém, a fila de veículos geralmente é extensa, principalmente nos finais de semana. A travessia é fiscalizada pela Aduana brasileira, composta por agentes da Receita Federal do Brasil, visando controlar a entrada de produtos no Brasil, além de evitar o tráfico de drogas, pessoas e demais produtos ilegais, como armas e cigarros.
Fizemos a travessia tranquilamente andando e não foi necessário apresentar nenhum documento, devido à fiscalização severa acontecer geralmente com ônibus, veículos com cargas, carros com muita mercadoria e/ou pessoas, desta forma, o trafego de pessoas que não fazem uso de veículo para a travessia é bem tranquilo, na qual chegamos ao comércio da Ciudade Del Este em cerca de 10-15 minutos.
Você que ainda não visitou Ciudade Del Este, não se apegue nos boatos de que no local só se encontra produtos ruins e lojas informais de estrutura ruim. Ciudade Del Este tem um amplo mercado informal sim, pequena estruturas nas ruas, os mesiteros que vendem seus produtos na calçada, dentre outros, mas temos também grandes lojas e shoppings como, por exemplo, a Monalisa, o Shopping Del Este e o Shopping China. Acredito que a melhor delas com certeza é a Monalisa, loja de departamento, muito tradicional, presente na cidade desde 1972, com produtos para casa, alimentos, acessórios, perfumes, maquiagem, eletrônicos, vestuário esporte, cosmético, etc. Vamos encontrar nessa loja uma equipe bastante cuidados a de segurança, câmeras distribuídas por toda a loja, e demais sistemas de segurança que fazem do local uma loja um pouco elitizada.
Os preços realmente são excelentes para alguns produtos, principalmente bebidas e perfumes, já outros produtos acabam por não compensas, por teres preços similares ou muitos próximos ao mercado brasileiro. Temos como exemplo de produto bastante em conta o perfume Animale, 100 ml, por U$22 ou R$52, no qual encontramos aqui no Brasil este mesmo produto em torno de R$250,00. Com relação à moeda, as compras podem ser realizadas em pesos, dólar e reais, e as lojas maiores oferecem opções de pagamento com cartão.
Outro fator não muito agradável em Ciudad Del Este é o lixo nas ruas. Há também muitos flyers de propaganda no chão, embalagens de produtos diversos fora do lixo, deixando a cidade com um aspecto um pouco sujo, porém, podemos encontrar alguns locais limpos na cidade, provavelmente em locais com menor fluxo de pessoas. Outro fator é o trânsito, muitas motos e carros circulando, é preciso tomar cuidado ao andar pela cidade.
É necessário cuidado ao circular pela cidade, pois devido ao grande número de pessoas, os furtos podem acontecem com facilidade, orienta-se não andar com mochilas para trás e não carregar pertences em bolsos, principalmente celular. Com relação aos produtos ilegais, eles estão disponíveis sim, é o comercio ilegal, é pode ser encontrado com facilidade, e são também oferecidos para as pessoas que estão circulando. Por fim, o mercado Paraguaio compensa muito, principalmente para quem busca produtos de primeira linha com preço acessível.
Parque Nacional do Iguaçu
Por volta das 15 h do dia 10 de maio, chegamos ao Parque Nacional do Iguaçu, com os convites já comprados pelos professores. Logo, prosseguimos á espera do embarque, ônibus que o próprio parque disponibiliza para a locomoção interna, além de algumas trilhas, porém para entrada e saída do parque somente com transporte especializado.
Com a entrada garantida, podemos observar a estrutura e infraestrutura oferecida aos turistas, estes que partem da maioria dos cantos do mundo somente para conhecer a sétima maravilha natural do mundo, ‘’As Cataratas do Iguaçu’’, envolvem um lindo conjunto de 275 quedas d’águas ao longo do rio Iguaçu e têm 80% em território argentino e 20% em território brasileiro, destacando a fronteira entre os dois países.
Com a devida infraestrutura que o parque oferece, os turistas aproveitam do pouco que a natureza proporciona, com escunas, passeios pelas trilhas em meio à mata fechada, rapel e raffiting, quem visita o parque terá tais opções para aproveitar o passeio, além de ficar perto de animais silvestres, como os quatis que aproveitam para se alimentar dos restos de comida.
O parque ainda oferece preços diferenciados para a população da região, incentivando a ida de tal população ao parque, além de programas que visam à compensação dos impactos causados no meio ambiente, por ser o maior remanescente de mata atlântica da região sul do Brasil, servindo de preservação para a fauna e flora.
Quando descemos no ponto que dava acesso a primeira vista das quedas, ficamos surpresos e emocionados com tal paisagem, até para quem já tinha visitado o local e já tinha se deparado diante de tanta beleza, a emoção era grande, principalmente para nós estudantes de geografia, que por pelo menos quatro anos estudamos processos de formações e consolidações do objeto inserido no espaço geográfico.
É importante a visita em lugares que valorizam as nossas riquezas naturais tão mal exploradas por todos os governantes brasileiros que passaram seus respectivos cargos, muitas a mercê da exploração principalmente do capital estrangeiro. Por isso, a educação desde pais á escola é importante para a criação dos cidadãos que visam a preservação e o crescimento planejado socioespacial.
Enfim, a visita no parque nacional do Iguaçu deveria ser obrigatória, principalmente para quem tem mais condições de acesso, além do marketing que poderia alavancar a importância da preservação da fauna e flora regional e nacional.
           Imagem 2 - Cataratas do Iguaçu e o ônibus utilizado para o transporte interno.

                                          Fonte: www.loumarturismo.com.br
Itaipu Binacional
Na visita à usina hidrelétrica de Itaipu assistimos a um vídeo que continha informações e curiosidade sobre a usina, seu período pré obras, durante as obras e pós obras. No vídeo foi possível notar a imensidão da obra, o grande número de trabalhadores e de materiais usados. A visitação da usina também foi um tema abordado no vídeo, e foi observado que aproximadamente 500 mil pessoas visitam a usina todo ano e vindo de diversos países diferentes (190 nacionalidades).
Importante fazer uma relação do crescimento populacional de Foz do Iguaçu com a instalação da usina na cidade. A cidade contava com uma população de aproximadamente 20 mil habitantes antes do inicio das obras em Itaipu e após as obras o município ultrapassava os 100 mil habitantes.
Após o vídeo fomos para o passeio panorâmico, que faz um tour na usina (parte de fora) mostrando a barragem vista do mirante, os tubos por onde a agua que gera energia passa e o vertedouro, que estava com as comportas fechadas. As fotos que seguem mostram um pouco do que foi visto nesse tour.
Imagem 03: Vertedouro
 
Fonte: www.clickfozdoiguacu.com.br
A Usina Hidrelétrica de Itaipu está localizada na Bacia Hidrográfica do médio Paraná, a aproximadamente 10 km ao norte da confluência com o rio Iguaçu.
O alagamento causado pela barragem da usina ocasionou transformações na dinâmica ambiental e social da região alagada como observado em Gomes (2008, p. 102):
"[...] Responsável pelo desaparecimento de muitas espécies da flora e fauna e pelo transtorno causado às populações que foram obrigadas a sair da área mediante uma indenização que não cobriu as perdas culturais, afetivas e principalmente ambientais, a usina atualmente tenta trabalhar com novos paradigmas a respeito da geração de energia."

Na tentativa de minimizar os impactos causados pela construção e pelo funcionamento da usina foram desenvolvidos programas ambientais para conservar a fauna, flora e cultura locais. “No entanto, as ações ambientais de Itaipu não estão à altura da amplitude de degradação ambiental alavancada pela sua construção.” (GOMES, 2008, p.102).
Lembrando que a usina afetou tanto o território brasileiro quanto o território paraguaio, e que os dois lados sofreram os pros e contras da mesma, os dois lados contam com programas ambientais. Porem esses programas são isolados, cabendo a cada pais sua respectiva forma de propor soluções.
Contudo, deve-se pensar na usina não como uma fonte de energia somente, mas sim como uma obra incrível que vem acompanhada de prós e contras e que uniu dos países em uma mesma luta, que é a de produzir energia para as pessoas. Mas não esquecer que por trás dessa obra e dessa produção de energia ocorreram vários problemas sócioambientais que não podem ser mitigados.
Ecomuseu
A maquete permite observar detalhadamente todas as transformações no relevo e também obter uma noção do tamanho da hidrelétrica juntamente com a área de seu alagamento. E é claro, observar as fronteiras entre Brasil, Paraguai e Argentina. Na mesma sala há telas “touch” onde contém depoimento de diversos moradores dos municípios vizinhos.
Contudo, essa visita estava voltada em conhecer não somente o museu, mas também fazer relações pertinentes ao objetivo da disciplina podendo receber uma carga de conhecimento das pessoas que vivenciam a realidade dessa hidrelétrica, tanto conhecimento histórico, como também entender o funcionamento das relações entre países que a usina acaba criando. 
Imagem 04 - Maquete exemplificando a área atingida pelo lago de Itaipu

                                         Fonte: Capeloto, F, C. 2014.
A maquete permite observar detalhadamente todas as transformações no relevo e também obter uma noção do tamanho da hidrelétrica juntamente com a área de seu alagamento. E é claro, observar as fronteiras entre Brasil, Paraguai e Argentina. Na mesma sala há telas “touch” onde contém depoimento de diversos moradores dos municípios vizinhos.
Contudo, essa visita estava voltada em conhecer não somente o museu, mas também fazer relações pertinentes ao objetivo da disciplina podendo receber uma carga de conhecimento das pessoas que vivenciam a realidade dessa hidrelétrica, tanto conhecimento histórico, como também entender o funcionamento das relações entre países que a usina acaba criando.
Refúgio Biológico Bela Vista.
No dia 09/05 fizemos a visita ao Ecomuseu da Binacional Itaipu, lugar onde conserva toda a história da usina e da construção da hidrelétrica. O museu é totalmente didático mostrando a história da Itaipu com cenários leais ao passado. O que acaba gerando uma imaginação fiel ao visitante de como era realmente o cenário da época. Nota-se logo na entrada seu rico acervo histórico.
Ao caminhar pelo museu observa-se sua estrutura, todo o circuito é dividido em módulos que retratam toda sua história, desde a ocupação da região da usina do lado brasileiro até seus projetos atuais de conservação. Em todas as visitas realizadas é possível notar a preocupação que existe com o meio ambiente.
Entre o trajeto realizado dentro do museu nós podemos admirar alguns espaços temáticos de água e energia. Interessante observar o funcionamento de uma réplica do eixo de uma turbina em atividade com direito a som da turbina de verdade retirado de dentro do coração da usina proporcionando ainda mais a aproximação da realidade. No mesmo trajeto, observa-se um enorme painel criado para homenagear os milhares de trabalhadores que ajudaram a construir a hidrelétrica do ano de 1975 ao 1982, o painel forma a imagem da hidrelétrica através de 4500 fotos 3x4 dos operários.
Há também uma impressionante maquete (imagem 4) consideradas uma das maiores do País, são 76 metros quadrados numa escala de 25 mil vezes menor que o espaço real. 
Imagem 05 – Carretinha utilizada no passeio ao Refugio.
                                              Fonte: Messias, R, M. 2014.

Imagem 06 – Canal da Piracema.
                                             Fonte: Messias,R. M. 2014.
Segundo o guia ocorre de populações dos bairros ao redor do refugio invadem o local e pesquem na área que é proibido. No caminho foi avistado bastante antas e capivaras que ficaram tranquilas com a nossa presença.
Ao chegar perto do refugio a mata ficou mais densa, pois segundo o guia seu plantio foi feito de forma “correta”, com várias espécies de arvores na mesma fileira, assim, propiciando o desenvolvimento de várias espécies de plantas, animais e insetos. Há presença de macacos e aves raras na mata, porém os animais recuperados no enchimento do lago estão aprendidos em viveiros no meio da mata. Segundo o guia há animais recuperados em operações da polícia em combate ao tráfico de animais.
No caminho há mais de 50 tipos de animais, como araras, gaviões, tartarugas, jacarés, tamanduás, veados, antas, lontras e onça. A seguir uma série de fotos tiradas no Refugio Bela Vista.
 Imagem 07 –Foto de uma cascavel no Refúgio Bela Vista em Foz do Iguaçu-Pr.
 
                                                                               Fonte: Messias, R, M. 2014.            


                                             Imagem 08 – Onça pintada chamada Juma dentro do refugio.
                                Fonte: Messias, R, M. 2014.          
No caminho da trilha do Refugio havia o criadouro de mudas, nos quais o refugio cria as mudas para fazer o reflorestamento de outras áreas da região de próprio local também, a cada de 150 metros de percurso no caminho havia banheiros e foi possível ter uma visão do lago de Itaipu em determinados momentos do trajeto.
Pode-se perceber que o controle de pessoas e segurança do local é muito alto, havia cancelas e câmeras em todos os lugares, assim, como batalhão da polícia ambiental com equipamentos e armas mantendo o controle do território destinado ao refugio.
É importante ressaltar que o refugio tentou mitigar o problema dos animais desabrigados pela cheia do lago, porém o lago afetou mais de 150 km ao norte de Foz do Iguaçu, alagando uma larga área de mata nativa e que muitos animais não conseguiram sobreviver à cheia. Entretanto várias ações em conjunto entre Brasil e Paraguai buscam mitigar os problemas causados pela cheia do lago, um projeto interessante é feito pela Itaipu no lado brasileiro, no qual estimula o plantio de mudas em nascentes dos afluentes do Rio Paraná, demonstrando resultados bons nos últimos anos.
Puerto Iguazú – Argentina
Chegamos aproximadamente as 17h00min horas inicialmente ao Duty Free na Argentina, onde de lá nos dirigimos a aduana da Argentina e entrada de Puerto Iguazú.
Em um primeiro momento é notável a diferença com Ciudad Del Este, região paraguaia de fronteira, tal diferença se reflete na aduana, onde para entrada no país argentino é essencial a apresentação de documentos oficiais e a realização de um pequeno “cadastro” nos guichês.
Este serviço é feito pessoalmente nos guichês (como mencionado anteriormente) ou pelos taxistas que fazem a travessia com os passageiros. É interessante destacar que após a realização desse “check in” na aduana, os carros (sejam de passeio ou taxis) passam por uma revista, ou seja, os guardas abrem portas malas e afins para verificação.
O serviço de taxi em geral não é caro, como podemos avaliar, em duas pessoas em um taxi, saída do Duty Free e chegada à feirinha de Puerto Iguazú o valor chega a ser de 15,00 reais por pessoa, para uma distância razoavelmente considerável.
No decorrer do trajeto nota-se uma cidade limpa, com ruas largas e casas parecidas com as brasileiras de classe média. É necessário salientar que fomos a um dia atípico da cidade, pois estava acontecendo um encontro de motociclistas, o que deixou o local agitado e um pouco sujo em virtude da quantidade de pessoas.
Nas ruas próximas a feirinha de Puerto Iguazú nota-se uma variedade bem grande de bares e restaurantes, destinados aos diversos públicos de turistas. Já a feirinha é uma atração à parte, com uma variedade de produtos, um ambiente com clima caseiro e produtos bem característicos vendidos em quase todas as tendas, como alfajors, doce de leite, azeitonas, queijos, vinhos, entre outros. Na imagem 09 podemos observar a feirinha da cidade com seus produtos.
                                Imagem 9– Feira da Cidade de Puerto Iguazu.

Fonte: Alves, L. 2014.
Os preços também são bem acessíveis, sendo até considerados baixos em virtude da desvalorização da moeda Argentina, o que facilita a compra dos produtos por parte dos turistas.
Em suma, o centro da cidade de Puerto Iguazú se apresentou calmo, mesmo diante da festa que estava acontecendo, problemas como prostituição e prostituição infantil não se apresentaram evidentes nas ruas daquele local, mas foi muito visto o consumo de drogas e consumo de álcool em menores de idade.
 Dutty Free – Argentina
Localizada em Puerto Iguazu, A Duty Free Shop, com uma estrutura ampla, com ambiente climatizado, a loja oferece produtos de perfumaria, moda e acessórios, bebidas, alimentos, artigos eletrônicos, malas e bolsas, cosméticas, joias, tabacarias, esporte, decoração e artigos para casa.  A seguir na imagem 10 podemos observar a foto da faixada da Dutty Free.
Imagem 10 – Faixada da Duty Free Shop em Puerto Iguazu na Argentina.
                         Fonte: Alves, L. 2014.
Com relação aos preços, pudemos constatar que não são tão acessíveis quanto aos preços encontrados no Paraguai, porém o leque de produtos é muito amplo, e dentre os produtos em destaque as bebidas são as mais compensatórias em valor.
A loja atualmente é frequentada por pessoas de maios poder aquisitivo, segundo informações obtidas na visita. A loja tem um amplo sistema de segurança, com muitas câmeras e seguranças distribuídos por toda a loja. As compras podem ser realizada em dólar, guarani e reais, por pagamento à vista de cartões.
A loja duty é muito movimentada, mesmo com muitos caixas, a espera pode durar até 30 minutos para passar a compra. No local não é permitido tirar foto ou faze anotações, talvez pela concorrência de mercado. Os destaques estão novamente com o setor de perfumaria e bebidas, muito frequentado pelos visitantes.
Conclusão
O trabalho de campo foi essencial para deixar de maneira mais clara aos graduandos de Geografia a importância da Tríplice Fronteira para a região e o país de maneira a exercer impacto social e econômico.
Em decorrência desses impactos surgem as problemáticas antes mencionadas, se tráfico, prostituição, violência, lavagem de dinheiro, entre outros. Tais problemáticas segundos os textos surgem nas diversas áreas dos locais visitados, no entanto, o que podemos constatar é que a exceto do Paraguai, Foz do Iguaçu e Argentina tais problemáticas não eram escancaradas ao público.
Com relação ao Paraguai, pode-se concluir que se trata de um local com problemas sérios de aplicação de legislação, ao passo que os vendedores ambulantes e lojistas exercem forte influência naquela localidade, ou seja, o Estado exerce sua soberania frente a suas fronteiras e ambulantes e lojistas representam a ordem interna de todo aquele ambiente desorganizado.
Podemos observar na Argentina uma organização relativamente forte, de maneira a controlar suas fronteiras e evidenciar um poderio militar na fronteira, com controle de identidade e afins. Já em Foz do Iguaçu não evidenciamos problemas sérios dos anteriormente mencionados.
Pode-se concluir dessa maneira, que o trabalho de campo nos fez refletir o poder que o Estado exerce sobre suas fronteiras, e tenta mantê-lo a preservar sua economia, estabilidade internacional, e meio ambiente, a exemplo do Parque Nacional do Iguaçu.
Diante de tudo isso, também concluímos sobre as dificuldades de se elaborar soluções para as problemáticas decorrentes de tal interação internacional, pois se tratam de sociedades distintas com interesses diferentes de obtenção de poder, e objetivos sociais diversos perante as diversas camadas sociais que se dinamizam em um espaço de fronteira.

Referencias Bibliográfica 
Situação das Crianças e dos Adolescentes na Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai: Desafios e Recomendações / UNICEF, TACRO; Marcia Anita Sprandel (coord.). – Curitiba : ITAIPU Binacional, 2005.

GOMES, C. Legislação ambiental do Mercosul e a gestão de recursos hídricos na Tríplice Fronteira, 2008. Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/17281/D> Acesso em: 01, jun. 2014



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