Alunos: Bruna Favaro,Diego Caffarena, Gilberto Capeloto, Larissa Alves, Renan Matheus Messias, Vinicius Iria, Caio Cezar Cunha.
Introdução
O
presente relato tem por objetivo apresentar o trabalho de campo ocorrido nos
dias 08, 09 e 10 de maio de 2014, ocorrido em Foz do Iguaçu – Brasil, Ciudad
Del Este – Paraguai e Porto Iguazu – Argentina, referentes às disciplinas de
Geografia do Brasil; e Recursos naturais e educação ambiental, ministrados
respectivamente pela profª Dr. Márcia Siqueira de Carvalho e profº Dr. Carlos
Alberto Hirata, como parte do curso de graduação em Geografia pela Universidade
Estadual de Londrina.
Os
alunos do 4º ano da graduação saíram no dia 08/05 às 23h00min do estacionamento
da Universidade Estadual de Londrina em direção a Foz do Iguaçu, sendo
percorrido um total aproximado de 600 km, com diversas paradas no decorrer do
percurso.
O
objetivo do trabalho de campo foi de verificar qual a vivência do Brasil em
suas fronteiras internacionais de Paraguai e Argentina, nas atividades
desenvolvidas por essas fronteiras, verificando os aglomerados urbanos e
comerciais dessa região, juntamente com seus aspectos ambientais e sociais.
Breve
Consideração Teórica
A
Tríplice Fronteira é composta por Brasil, Argentina e Paraguai, sendo segundo
Gomes (2008) “A fronteira é um lugar propício para entender como as diferentes
comunidades se organizam e se reproduzem em sociedade, com seus efeitos”, ou
seja, a fronteira se constitui de histórias de nacionalidades diferentes que
interagem na formação da sociedade que produz novas histórias.
O
que perpetua nesses locais então são a realidade e o Estado soberano, que busca
de diferentes maneiras o controle social, econômico e territorial dessas
fronteiras, onde “suas fronteiras plenamente reconhecidas são confundidas pela
dualidade entre o direito, que reclama a soberania do Estado, e as realidades
atuais” com base em Gomes, 2008.
Dessa
maneira, compreende-se a fronteira como ponto determinante de soberania a uma
nação, mas não necessariamente a determina em virtude das realidades locais que
se fazem todos os dias nos embaraços sociais.
Hoje
a Tríplice Fronteira representa um elo muito grande entre os três países, se
unindo pela Ponte da Amizade (Paraguai), Ponte da Fraternidade (Argentina),
Itaipu Binacional (Brasil e Paraguai) e o Parque Nacional do Iguaçu (Argentina,
Paraguai e Brasil).
Tal
elo se justifica de maneira social e economicamente, principalmente, pelas
problemáticas que envolvem tal região, sendo problemas de tráfico de drogas e
armas, prostituição infantil, trabalho escravo, lavagem de dinheiro, entre
outros, como menciona Linares, et. al (2005) "Numa
situação social marcada pela pobreza, numa região geográfica que é rota de
tráfico de drogas, armas, animais, pessoas, órgãos e outros delitos e numa
sociedade que estimula o consumo".
Sendo
essencial que tais problemáticas sejam resolvidas em conjunto dentro da
fronteira, que serve de caminho para muitos comerciantes legais e ilegais.
Hoje
a Tríplice Fronteira é ligada ao mercado global, sendo o consumo de mercadorias
vindo de diferentes partes dos países mediantes os turistas que se seguem na
fronteira e até mesmo fora dela para compras e lazer, enaltecendo ainda mais a
importância dessa fronteira enquanto um pólo global.
Sobre
Foz do Iguaçu: Breve consideração.
Foz
do Iguaçu é conhecida como a mais importante cidade da Tríplice fronteira,
possui um conjunto de características, que remetem a condição geopolítica
contemporânea, a cidade teve seu surgimento como colônia militar no século
XIX,resultado de tensões entre os países da Bacia do Prata em relações ao
controle das fronteiras e do território.
Foz
do Iguaçu que junto a Ciudad Del Este(Paraguai) e Puerto Iguazu (Argentina),
forma uma espécie de metrópole trinacional, sempre foi o foco privilegiado de
interesses geopolíticos. Se o seu surgimento esteve atrelados estratégias
militares de controle territorial, o seu crescimento e desenvolvimento foram
derivados de políticas do governo federal concernindo todo oeste paranaense.
A
construção da BR-277, da Ponte Internacional da Amizade e da Usina Hidrelétrica
de Itaipu revele o valor da Tríplice fronteira e de Foz do Iguaçu na relação
entre países do Cone Sul, por meio da concentração de atividades turísticas e
das praticas de comercio ilegal junto a Ciudad Del Este, a cidade se coloca numa
condição única dentro de um cenário de integração regional do Mercosul. Ao
mesmo tempo em que problemas envolvendo o controle da fronteira, com reflexos
políticos econômicos e sociais para toda a América Latina.
Em
relação ao comércio ilegal pode-se dividir em : sacoleros- atravessam a Ponte
da Amizade ou a Ponte Tancredo Neves para comércio de eletrônicos, objetos
pessoais,produtos de beleza etc;
mesetas- atravessadores de armas,drogas, munição, geralmente essas
mercadorias são transportadas por barcos, ponte, carro; comércio formiga-
moradores de Puerto Iguaçu e Ciudade Del Este, transportam a pé ou de bicicleta
pela ponte Tancredo Neves ou Ponte da Amizade, buscando mercadorias no Brasil
também, porém essa prática perdeu força graças, a valorização do real em
relação ao peso.
Ciudade
Del Este
Situada a leste do Paraguai e as margens
do Rio Paraná, a Ciudad del Este está localizada a 327km da capital Assunção. A
cidade é internacionalmente conhecida pelo comercio informal, caracterizado
pela falta de infraestrutura e trabalhadores ambulantes de rua, comercio este
que se desenvolve com os países vizinhos, Brasil, Argentina e Uruguai, através
da compra e venda de bens de consumo.
Na figura 01 abaixo, podemos observar a
localização exata da Ciudad del Este no mapa:
Imagem
01: Localização de Ciudade Del Este na tríplice fronteira.
Fonte: Google mapas. Acesso
em 09jun. 2014
A Ciudade Del Este, por estar localizada
na Tríplice Fronteira, compreendida por limites internacionais entre Brasil,
Paraguai e Argentina, e de acordo com Fernando Robson (s.d), em uma análise
acerca desta área, o local se transformou em um
espaço de insegurança, máfia transnacionais, pirataria, contrabando, lavagem de
dinheiro e de artigos roubados, armas e tráfico de drogas e pessoas.
Na visita realizada, podemos
observar que realmente, o local tem um movimento grandioso de pessoas, que
quase sempre buscam por produtos com preços abaixo do mercado, e através de uma
pesquisa informal, pudemos constatar que os itens mais procurados de fato são
bebidas e perfumes, dentre tantos outros bens de consumo disponível no mercado
da cidade, com preços abaixo da média justificado pela isenção de impostos
praticados pelo país em questão.
A fronteira que liga o Brasil
ao Paraguai, através da Ponte Internacional da Amizade, é local de muita
movimentação, principalmente nos finais de semana, dias em que sacoleiros se
destinam ao país vizinho para comprar produtos a serem revendidos em vários dos
estados Brasileiros, principalmente nas cidades do Estado do Paraná, fato este
explicado pelo fácil acesso ou pequena distância ao Paraguai, com por exemplo a
viagem realizadas por nós, alunos do 4°ano de Geografia da Universidade
Estadual de Londrina, teve duração de pouco mais de 7 horas até a cidade de Foz
do Iguaçu, e após, a distância do centro de Foz até a Ciudad Del Este é de
aproximadamente 5km, ou 10 minutos de carro.
A travessia da Ponte
Internacional da Amizade pode ser feita de várias formas, de carro, de moto,
muitos taxistas e moto taxistas estão disponíveis para fazer a travessia,
porém, a fila de veículos geralmente é extensa, principalmente nos finais de
semana. A travessia é fiscalizada pela Aduana brasileira, composta por agentes
da Receita Federal do Brasil, visando controlar a entrada de produtos no
Brasil, além de evitar o tráfico de drogas, pessoas e demais produtos ilegais,
como armas e cigarros.
Fizemos a travessia
tranquilamente andando e não foi necessário apresentar nenhum documento, devido
à fiscalização severa acontecer geralmente com ônibus, veículos com cargas,
carros com muita mercadoria e/ou pessoas, desta forma, o trafego de pessoas que
não fazem uso de veículo para a travessia é bem tranquilo, na qual chegamos ao
comércio da Ciudade Del Este em cerca de 10-15 minutos.
Você que ainda não visitou
Ciudade Del Este, não se apegue nos boatos de que no local só se encontra
produtos ruins e lojas informais de estrutura ruim. Ciudade Del Este tem um
amplo mercado informal sim, pequena estruturas nas ruas, os mesiteros que
vendem seus produtos na calçada, dentre outros, mas temos também grandes lojas
e shoppings como, por exemplo, a Monalisa, o Shopping Del Este e o Shopping
China. Acredito que a melhor delas com certeza é a Monalisa, loja de
departamento, muito tradicional, presente na cidade desde 1972, com produtos
para casa, alimentos, acessórios, perfumes, maquiagem, eletrônicos, vestuário
esporte, cosmético, etc. Vamos encontrar nessa loja uma equipe bastante
cuidados a de segurança, câmeras distribuídas por toda a loja, e demais
sistemas de segurança que fazem do local uma loja um pouco elitizada.
Os preços realmente são
excelentes para alguns produtos, principalmente bebidas e perfumes, já outros
produtos acabam por não compensas, por teres preços similares ou muitos
próximos ao mercado brasileiro. Temos como exemplo de produto bastante em conta
o perfume Animale, 100 ml, por U$22 ou R$52, no qual encontramos aqui no Brasil
este mesmo produto em torno de R$250,00. Com relação à moeda, as compras podem
ser realizadas em pesos, dólar e reais, e as lojas maiores oferecem opções de
pagamento com cartão.
Outro fator não muito
agradável em Ciudad Del Este é o lixo nas ruas. Há também muitos flyers de
propaganda no chão, embalagens de produtos diversos fora do lixo, deixando a
cidade com um aspecto um pouco sujo, porém, podemos encontrar alguns locais
limpos na cidade, provavelmente em locais com menor fluxo de pessoas. Outro
fator é o trânsito, muitas motos e carros circulando, é preciso tomar cuidado
ao andar pela cidade.
É necessário cuidado ao
circular pela cidade, pois devido ao grande número de pessoas, os furtos podem
acontecem com facilidade, orienta-se não andar com mochilas para trás e não
carregar pertences em bolsos, principalmente celular. Com relação aos produtos
ilegais, eles estão disponíveis sim, é o comercio ilegal, é pode ser encontrado
com facilidade, e são também oferecidos para as pessoas que estão circulando.
Por fim, o mercado Paraguaio compensa muito, principalmente para quem busca
produtos de primeira linha com preço acessível.
Parque
Nacional do Iguaçu
Por
volta das 15 h do dia 10 de maio, chegamos ao Parque Nacional do Iguaçu, com os
convites já comprados pelos professores. Logo, prosseguimos á espera do embarque,
ônibus que o próprio parque disponibiliza para a locomoção interna, além de
algumas trilhas, porém para entrada e saída do parque somente com transporte
especializado.
Com
a entrada garantida, podemos observar a estrutura e infraestrutura oferecida aos
turistas, estes que partem da maioria dos cantos do mundo somente para conhecer
a sétima maravilha natural do mundo, ‘’As Cataratas do Iguaçu’’, envolvem um
lindo conjunto de 275 quedas d’águas ao longo do rio Iguaçu e têm 80% em
território argentino e 20% em território brasileiro, destacando a fronteira
entre os dois países.
Com
a devida infraestrutura que o parque oferece, os turistas aproveitam do pouco
que a natureza proporciona, com escunas, passeios pelas trilhas em meio à mata
fechada, rapel e raffiting, quem visita o parque terá tais opções para
aproveitar o passeio, além de ficar perto de animais silvestres, como os quatis
que aproveitam para se alimentar dos restos de comida.
O
parque ainda oferece preços diferenciados para a população da região,
incentivando a ida de tal população ao parque, além de programas que visam à
compensação dos impactos causados no meio ambiente, por ser o maior
remanescente de mata atlântica da região sul do Brasil, servindo de preservação
para a fauna e flora.
Quando
descemos
no ponto que dava acesso a primeira vista das quedas, ficamos
surpresos e emocionados com tal paisagem, até para quem já tinha
visitado o local e já tinha se deparado diante de tanta beleza, a emoção
era grande,
principalmente para nós estudantes de geografia, que por pelo menos
quatro anos
estudamos processos de formações e consolidações do objeto inserido no
espaço
geográfico.
É
importante a visita em lugares que valorizam as nossas riquezas naturais tão
mal exploradas por todos os governantes brasileiros que passaram seus
respectivos cargos, muitas a mercê da exploração principalmente do capital
estrangeiro. Por isso, a educação desde pais á escola é importante para a
criação dos cidadãos que visam a preservação e o crescimento planejado socioespacial.
Enfim,
a visita no parque nacional do Iguaçu deveria ser obrigatória, principalmente
para quem tem mais condições de acesso, além do marketing que poderia alavancar
a importância da preservação da fauna e flora regional e nacional.
Imagem
2 - Cataratas do Iguaçu e o ônibus utilizado para o transporte interno.
Fonte: www.loumarturismo.com.br
Itaipu
Binacional
Na visita à usina hidrelétrica de Itaipu
assistimos a um vídeo que continha informações e curiosidade sobre a usina, seu
período pré obras, durante as obras e pós obras. No vídeo foi possível notar a
imensidão da obra, o grande número de trabalhadores e de materiais usados. A
visitação da usina também foi um tema abordado no vídeo, e foi observado que
aproximadamente 500 mil pessoas visitam a usina todo ano e vindo de diversos
países diferentes (190 nacionalidades).
Importante fazer uma relação do
crescimento populacional de Foz do Iguaçu com a instalação da usina na cidade.
A cidade contava com uma população de aproximadamente 20 mil habitantes antes
do inicio das obras em Itaipu e após as obras o município ultrapassava os 100
mil habitantes.
Após o vídeo fomos para o passeio
panorâmico, que faz um tour na usina (parte de fora) mostrando a barragem vista
do mirante, os tubos por onde a agua que gera energia passa e o vertedouro, que
estava com as comportas fechadas. As fotos que seguem mostram um pouco do que
foi visto nesse tour.
Imagem 03: Vertedouro
Fonte: www.clickfozdoiguacu.com.br
A Usina Hidrelétrica de Itaipu está
localizada na Bacia Hidrográfica do médio Paraná, a aproximadamente 10 km ao
norte da confluência com o rio Iguaçu.
O alagamento causado pela barragem da
usina ocasionou transformações na dinâmica ambiental e social da região alagada
como observado em Gomes (2008, p. 102):
"[...] Responsável pelo desaparecimento de
muitas espécies da flora e fauna e pelo transtorno causado às populações que
foram obrigadas a sair da área mediante uma indenização que não cobriu as
perdas culturais, afetivas e principalmente ambientais, a usina atualmente
tenta trabalhar com novos paradigmas a respeito da geração de energia."
Na tentativa de minimizar os impactos
causados pela construção e pelo funcionamento da usina foram desenvolvidos
programas ambientais para conservar a fauna, flora e cultura locais. “No
entanto, as ações ambientais de Itaipu não estão à altura da amplitude de
degradação ambiental alavancada pela sua construção.” (GOMES, 2008, p.102).
Lembrando que a usina afetou tanto o
território brasileiro quanto o território paraguaio, e que os dois lados
sofreram os pros e contras da mesma, os dois lados contam com programas
ambientais. Porem esses programas são isolados, cabendo a cada pais sua
respectiva forma de propor soluções.
Contudo, deve-se pensar na usina não
como uma fonte de energia somente, mas sim como uma obra incrível que vem
acompanhada de prós e contras e que uniu dos países em uma mesma luta, que é a
de produzir energia para as pessoas. Mas não esquecer que por trás dessa obra e
dessa produção de energia ocorreram vários problemas sócioambientais que não
podem ser mitigados.
Ecomuseu
A maquete
permite observar detalhadamente todas as transformações no relevo e também
obter uma noção do tamanho da hidrelétrica juntamente com a área de seu
alagamento. E é claro, observar as fronteiras entre Brasil, Paraguai e
Argentina. Na mesma sala há telas “touch” onde contém depoimento de diversos
moradores dos municípios vizinhos.
Contudo, essa
visita estava voltada em conhecer não somente o museu, mas também fazer
relações pertinentes ao objetivo da disciplina podendo receber uma carga de
conhecimento das pessoas que vivenciam a realidade dessa hidrelétrica, tanto
conhecimento histórico, como também entender o funcionamento das relações entre
países que a usina acaba criando.
Imagem 04 - Maquete exemplificando a área atingida pelo lago de Itaipu
Fonte: Capeloto, F, C. 2014.
A maquete permite observar
detalhadamente todas as transformações no relevo e também obter uma noção do
tamanho da hidrelétrica juntamente com a área de seu alagamento. E é claro,
observar as fronteiras entre Brasil, Paraguai e Argentina. Na mesma sala há
telas “touch” onde contém depoimento de diversos moradores dos municípios
vizinhos.
Contudo, essa visita estava voltada em
conhecer não somente o museu, mas também fazer relações pertinentes ao objetivo
da disciplina podendo receber uma carga de conhecimento das pessoas que
vivenciam a realidade dessa hidrelétrica, tanto conhecimento histórico, como
também entender o funcionamento das relações entre países que a usina acaba
criando.
Refúgio
Biológico Bela Vista.
No dia 09/05 fizemos a visita ao
Ecomuseu da Binacional Itaipu, lugar onde conserva toda a história da usina e
da construção da hidrelétrica. O museu é totalmente didático mostrando a
história da Itaipu com cenários leais ao passado. O que acaba gerando uma
imaginação fiel ao visitante de como era realmente o cenário da época. Nota-se logo
na entrada seu rico acervo histórico.
Ao caminhar pelo museu observa-se sua
estrutura, todo o circuito é dividido em módulos que retratam toda sua
história, desde a ocupação da região da usina do lado brasileiro até seus
projetos atuais de conservação. Em todas as visitas realizadas é possível notar
a preocupação que existe com o meio ambiente.
Entre o trajeto realizado dentro do
museu nós podemos admirar alguns espaços temáticos de água e energia.
Interessante observar o funcionamento de uma réplica do eixo de uma turbina em
atividade com direito a som da turbina de verdade retirado de dentro do coração
da usina proporcionando ainda mais a aproximação da realidade. No mesmo
trajeto, observa-se um enorme painel criado para homenagear os milhares de trabalhadores
que ajudaram a construir a hidrelétrica do ano de 1975 ao 1982, o painel forma
a imagem da hidrelétrica através de 4500 fotos 3x4 dos operários.
Há também uma impressionante maquete
(imagem 4) consideradas uma das maiores do País, são 76 metros quadrados numa
escala de 25 mil vezes menor que o espaço real.
Imagem
05 – Carretinha utilizada no passeio ao Refugio.
Fonte:
Messias, R, M. 2014.
Imagem
06 – Canal da Piracema.
Fonte:
Messias,R. M. 2014.
Segundo
o guia ocorre de populações dos bairros ao redor do refugio invadem o local e
pesquem na área que é proibido. No caminho foi avistado bastante antas e
capivaras que ficaram tranquilas com a nossa presença.
Ao chegar perto do
refugio a mata ficou mais densa, pois segundo o guia seu plantio foi feito de
forma “correta”, com várias espécies de arvores na mesma fileira, assim,
propiciando o desenvolvimento de várias espécies de plantas, animais e insetos.
Há presença de macacos e aves raras na mata, porém os animais recuperados no
enchimento do lago estão aprendidos em viveiros no meio da mata. Segundo o guia
há animais recuperados em operações da polícia em combate ao tráfico de
animais.
No caminho há mais de
50 tipos de animais, como araras, gaviões, tartarugas, jacarés, tamanduás,
veados, antas, lontras e onça. A seguir uma série de fotos tiradas no Refugio
Bela Vista.
Imagem
07 –Foto de uma cascavel no Refúgio Bela Vista em Foz do Iguaçu-Pr.
Fonte: Messias, R, M. 2014.
Imagem
08 – Onça pintada chamada Juma dentro do refugio.
Fonte: Messias, R, M. 2014.
No caminho da trilha do
Refugio havia o criadouro de mudas, nos quais o refugio cria as mudas para
fazer o reflorestamento de outras áreas da região de próprio local também, a
cada de 150 metros de percurso no caminho havia banheiros e foi possível ter
uma visão do lago de Itaipu em determinados momentos do trajeto.
Pode-se perceber que
o controle de pessoas e segurança do local é muito alto, havia cancelas e
câmeras em todos os lugares, assim, como batalhão da polícia ambiental com
equipamentos e armas mantendo o controle do território destinado ao refugio.
É importante
ressaltar que o refugio tentou mitigar o problema dos animais desabrigados pela
cheia do lago, porém o lago afetou mais de 150 km ao norte de Foz do Iguaçu,
alagando uma larga área de mata nativa e que muitos animais não conseguiram
sobreviver à cheia. Entretanto várias ações em conjunto entre Brasil e Paraguai
buscam mitigar os problemas causados pela cheia do lago, um projeto
interessante é feito pela Itaipu no lado brasileiro, no qual estimula o plantio
de mudas em nascentes dos afluentes do Rio Paraná, demonstrando resultados bons
nos últimos anos.
Puerto Iguazú – Argentina
Chegamos
aproximadamente as 17h00min horas inicialmente ao Duty Free na Argentina, onde
de lá nos dirigimos a aduana da Argentina e entrada de Puerto Iguazú.
Em
um primeiro momento é notável a diferença com Ciudad Del Este, região paraguaia
de fronteira, tal diferença se reflete na aduana, onde para entrada no país
argentino é essencial a apresentação de documentos oficiais e a realização de
um pequeno “cadastro” nos guichês.
Este
serviço é feito pessoalmente nos guichês (como mencionado anteriormente) ou
pelos taxistas que fazem a travessia com os passageiros. É interessante
destacar que após a realização desse “check in” na aduana, os carros (sejam de
passeio ou taxis) passam por uma revista, ou seja, os guardas abrem portas
malas e afins para verificação.
O
serviço de taxi em geral não é caro, como podemos avaliar, em duas pessoas em
um taxi, saída do Duty Free e chegada à feirinha de Puerto Iguazú o valor chega
a ser de 15,00 reais por pessoa, para uma distância razoavelmente considerável.
No
decorrer do trajeto nota-se uma cidade limpa, com ruas largas e casas parecidas
com as brasileiras de classe média. É necessário salientar que fomos a um dia
atípico da cidade, pois estava acontecendo um encontro de motociclistas, o que
deixou o local agitado e um pouco sujo em virtude da quantidade de pessoas.
Nas
ruas próximas a feirinha de Puerto Iguazú nota-se uma variedade bem grande de
bares e restaurantes, destinados aos diversos públicos de turistas. Já a
feirinha é uma atração à parte, com uma variedade de produtos, um ambiente com
clima caseiro e produtos bem característicos vendidos em quase todas as tendas,
como alfajors, doce de leite, azeitonas, queijos, vinhos, entre outros. Na
imagem 09 podemos observar a feirinha da cidade com seus produtos.
Imagem 9– Feira
da Cidade de Puerto Iguazu.
Os preços também são bem acessíveis, sendo
até considerados baixos em virtude da desvalorização da moeda Argentina, o que
facilita a compra dos produtos por parte dos turistas.
Em
suma, o centro da cidade de Puerto Iguazú se apresentou calmo, mesmo diante da
festa que estava acontecendo, problemas como prostituição e prostituição
infantil não se apresentaram evidentes nas ruas daquele local, mas foi muito
visto o consumo de drogas e consumo de álcool em menores de idade.
Dutty Free – Argentina
Localizada em Puerto Iguazu,
A Duty Free Shop, com uma estrutura ampla, com ambiente climatizado, a loja
oferece produtos de perfumaria, moda e acessórios, bebidas, alimentos, artigos
eletrônicos, malas e bolsas, cosméticas, joias, tabacarias, esporte, decoração
e artigos para casa. A seguir na imagem
10 podemos observar a foto da faixada da Dutty Free.
Imagem 10 – Faixada da Duty
Free Shop em Puerto Iguazu na Argentina.
Fonte: Alves, L. 2014.
Com relação aos preços,
pudemos constatar que não são tão acessíveis quanto aos preços encontrados no
Paraguai, porém o leque de produtos é muito amplo, e dentre os produtos em
destaque as bebidas são as mais compensatórias em valor.
A loja atualmente é
frequentada por pessoas de maios poder aquisitivo, segundo informações obtidas
na visita. A loja tem um amplo sistema de segurança, com muitas câmeras e
seguranças distribuídos por toda a loja. As compras podem ser realizada em
dólar, guarani e reais, por pagamento à vista de cartões.
A loja duty é muito
movimentada, mesmo com muitos caixas, a espera pode durar até 30 minutos para
passar a compra. No local não é permitido tirar foto ou faze anotações, talvez
pela concorrência de mercado. Os destaques estão novamente com o setor de
perfumaria e bebidas, muito frequentado pelos visitantes.
Conclusão
O trabalho de campo foi
essencial para deixar de maneira mais clara aos graduandos de Geografia a importância
da Tríplice Fronteira para a região e o país de maneira a exercer impacto
social e econômico.
Em decorrência desses
impactos surgem as problemáticas antes mencionadas, se tráfico, prostituição,
violência, lavagem de dinheiro, entre outros. Tais problemáticas segundos os
textos surgem nas diversas áreas dos locais visitados, no entanto, o que
podemos constatar é que a exceto do Paraguai, Foz do Iguaçu e Argentina tais problemáticas
não eram escancaradas ao público.
Com relação ao Paraguai,
pode-se concluir que se trata de um local com problemas sérios de aplicação de
legislação, ao passo que os vendedores ambulantes e lojistas exercem forte
influência naquela localidade, ou seja, o Estado exerce sua soberania frente a
suas fronteiras e ambulantes e lojistas representam a ordem interna de todo
aquele ambiente desorganizado.
Podemos observar na
Argentina uma organização relativamente forte, de maneira a controlar suas
fronteiras e evidenciar um poderio militar na fronteira, com controle de identidade
e afins. Já em Foz do Iguaçu não evidenciamos problemas sérios dos
anteriormente mencionados.
Pode-se concluir dessa
maneira, que o trabalho de campo nos fez refletir o poder que o Estado exerce
sobre suas fronteiras, e tenta mantê-lo a preservar sua economia, estabilidade
internacional, e meio ambiente, a exemplo do Parque Nacional do Iguaçu.
Diante de tudo isso, também concluímos
sobre as dificuldades de se elaborar soluções para as problemáticas decorrentes
de tal interação internacional, pois se tratam de sociedades distintas com
interesses diferentes de obtenção de poder, e objetivos sociais diversos perante
as diversas camadas sociais que se dinamizam em um espaço de fronteira.
Referencias Bibliográfica
Situação das Crianças e dos
Adolescentes na Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai: Desafios e
Recomendações / UNICEF,
TACRO; Marcia Anita Sprandel (coord.). – Curitiba : ITAIPU Binacional, 2005.
GOMES, C. Legislação ambiental do Mercosul e a gestão de recursos hídricos na
Tríplice Fronteira, 2008. Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/17281/D> Acesso em: 01, jun. 2014
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