Trabalho de campo
Adriana Sanches
Débora Ferreira
Driely Lima
Noemi Carvalho
1 INTRODUÇÃO
O
presente trabalho fala sobre a viagem que foi realizada para a região da
Tríplice Fronteira: Foz do Iguaçu – Brasil, Ciudad Del Este – Paraguai e Porto
Iguazu – Argentina nos dias 08, 09, 10 e 11 de Maio de 2014, desenvolvida como
parte prática das disciplinas Geografia do Brasil e Recursos Naturais e
Educação Ambiental, ministradas pelos professores Márcia Siqueira Carvalho e
Carlos Alberto Hirata, respectivamente, através do curso de Geografia da
Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Às 23:30
do dia 08 de Maio, iniciamos a viagem do estacionamento do CCE, nós os alunos
do 4º ano de Geografia Noturno, juntamente com o pessoal do Matutino e o
pessoal do PARFOR.
O
objetivo deste campo foi observar e analisar as relações que ocorrem nas áreas
da fronteira, quais são as atividades desenvolvidas, o comércio, a segurança,
seus aspectos culturais, a organização espacial de cada cidade, como funciona o
turismo em cada cidade, quais são seus impactos e como são suas fronteiras.
Triplice Fronteira. Fonte:
Segurança Nacional, 2011.
2 FOZ
DO IGUAÇU: CIDADE REDE SUL AMERICANA
Antônio Marcos Roseira
A
cidade surgiu como colônia militar no século XIX, a região da bacia da prata
sempre teve tensões referentes a conflitos de força política, econômica e
supremacia territorial destacando os conflitos Argentina, Paraguai e Uruguai,
sendo que o Oeste paranaense sempre esteve em meio às disputas. O seu
crescimento e desenvolvimento foram decorridos de políticas do governo federal
dizer respeito todo o oeste paranaense.
As
ações de ocupação da área de foz de Iguaçu se apresenta de forma preocupante, o
abandono existente na região oeste da província e está favorecia o corte de
madeira e erva mate, em 1889 foi fundada a colônia militar do Iguaçu sendo uma
área de importância estratégica política e geopolítica. Com isso o governo
estabelece uma forma de controlar o fluxo de mercadoria da região, arrecadando
impostos, porem o contrabando de madeira e erva mate era constante, mas auxiliou
a economia do Paraná.
A
colônia não consegue trazer civis para sua localidade devido ao difícil acesso
a região, então a população inicial desta colônia era em maioria de
estrangeiros, mas não eram suficientes para atingir o objetivo de criar um
centro agrícola e pastoral. A falta de uma governança efetiva na região
favoreceu o aparecimento de estradas improvisadas e estás não eram destinadas
para a circulação da população e sim para a retirada de madeira e erva mate que
impulsionou a economia local principalmente com a chegada das empresas de
colonização e as empresas de corte de madeira.
Com
a política do estado novo de controle do território, teve a necessidade de criação
de território federal e com isso, a fronteira Guarani envolvida neste contexto,
cria-se o território federal do Iguaçu e começa a política nacional de marcha
para o oeste, mas esta proposta de um território dentro do estado, sendo que
foi apenas em 1943 que temos a criação do território do Iguaçu, isso anos após
o decreto nacional para criação destes territórios, mas este não deu certo
dentro do estado paranaense, devido aos conflitos existentes dentro do estado e
também do próprio governo estadual não aceitar isso, com isso este novo
território dentro do Paraná não se perpetuou por muito tempo.
Apesar
disso um real desenvolvimento só seria alcançado a partir do momento que houve
a implementação de aparelhos públicos como: escolas, hospitais, sendo que ainda
a principal empresa da região continuava a ser a de corte de madeira. Anos
depois com declínio da economia madeireira as empresas do ramo fecharam e deu
oportunidade para as colônias se desenvolverem pegando os antigos terrenos
destas indústrias e transformando e pequenas áreas de colônia, isso fez com que
houve um maior fluxo de pessoas para a região.
A
verdadeira transformação da região vem a partir do momento em que o governo
procurou estabelecer uma integração territorial plena e com isso houve a
criação da rodovia BR- 277 juntamente com a ponte da amizade e também a
reformulação do porto de Paranaguá, que fez com que houve uma integração entre
o porto, por onde entra à mercadoria e a parte interessada que no caso seria o
Paraguai, este fluxo de mercadoria impulsionou a economia regional, mas esta
seria mais desenvolvida a partir da criação da usina de Itaipu .
O
turismo de compra começou na década de 80 quando e estabelecido uma relação de
comercio mais estreito com o Paraguai, mas também com a Argentina, entretanto
neste período as Cidades Del Este e Porto Iguaçu se especializaram em comercio
varejista de produtos do dia a dia enquanto Foz em materiais de construção, já
mostrando nesta época a tendência de cada cidade para seu ramo econômico.
Foz do Iguaçu, que junto a cidade Del Este (Paraguai) e Puerto Iguazu (Argentina) forma uma espécie de metrópole tri-nacional, sempre foi foco privilegiado de interesses geopolíticos. A construção BR-277, da ponte internacional da Amizade e da Usina Hidrelétrica de Itaipu revela o valor da Tríplice Fronteira e de Foz do Iguaçu na relação entre os países do cone Sul. Por meio da concentração de atividades turísticas e das práticas de comércio ilegal junto a Cidade Del Este, a cidade se coloca numa condição única dentro de um cenário de integração regional do Mercosul.
3
CIDADE DEL ESTE
Fundada em 03 de
fevereiro de 1957, situada no extremo leste do Paraguai, com temperatura média
de 21°, sendo está à região que apresenta o maior índice pluviométrico do país.
Um fato que
caracteriza a história da cidade e do país é a guerra da tríplice fronteira.
A própria
guerra da Tríplice Aliança marca um antes e um depois na maneira de conceber o
país, sendo que, anteriormente à guerra a nação paraguaia era uma das nações
mais avançadas do continente, com ampla educação para toda a população e como
uma economia bem definida. Após a guerra, a maioria da população masculina foi
dizimada devido à aliança formada entre Brasil, Argentina e Grã-Bretanha. A
nação paraguaia então assumiu a fisionomia da pobreza e subdesenvolvimento. No
entanto, os próprios habitantes da cidade têm a consciência que o
subdesenvolvimento do país não pode ser atribuído somente às questões da guerra
(MONTENEGRO; BÉLIVEAU, 2006).
Atualmente com cerca
de 222 mil habitantes Cidade Del Este é a segunda maior cidade do país em
demografia, e responsável por metade do PIB paraguaio. A economia esta baseada
no agronegócio, a venda de energia
elétrica através da construção em parceria com o Brasil da Hidrelétrica
Binacional de Itaipu, onde gerou uma intensa urbanização da cidade, além da
construção da Ponte da Amizade que possibilitaram o desenvolvimento do setor de
comércio, sendo caracterizado como a terceira maior zona franca do mundo, seus
maiores compradores são brasileiros.
Os comerciantes ali
presentes são de diversas nacionalidades como os próprios paraguaios que
representam a maioria, mas também orientais, brasileiros e os árabes, este último
representou um importante papel na fronteira. Este setor comercial possui a prática
de sacoleiros vindos de diversas regiões e meseteiros que eram ambulantes que
durante o dia expunham seus produtos em mesas em calçadas e no final do dia o
recolhiam, fazendo isto repetidamente todos os dias. Com o passar do tempo
estes meseteiros adquiriram espécie de caixas onde de dia colocavam seus
produtos expostos e durante as noites guardam dentro destas caixas fixas e
trancadas.
Outro
fato importante a se destacar a respeito da região a violência, os índices de abusos
sexuais são altos além de haver tráfico de pessoas. Isto está caracterizado
devido a pobreza, o uso de drogas, a baixa escolaridade e ainda a cultura
patriarcal ainda existente na localidade.
Durante
o trabalho de campo tivemos a oportunidade de visitar a cidade, onde podemos
verificar que a ponte da Amizade é estreita para a passagem de pedestres, não
tendo proteção em toda a extensão da ponte.
Ponte
da Amizade. Fonte: Noemi Carvalho
A passagem do Brasil
para o Paraguai não exige nenhuma identificação. Não é possível encontrar
lixeiras com facilidade, as ruas são largas, porém o trânsito é caótico, possui
calçadas, que são ocupadas por vendedores ambulantes, ainda é possível
encontrar alguns policiais pelas ruas. Com lojas de inúmeros ramos, que
oferecem uma gama de marcas e preços diversificado, agradando a inúmeros gostos
e bolsos. Como o local possui inúmeros shopping e padrões diferentes, estes
pontos foram escolhidos para análise, Shopping Monalisa, Shopping China e
Shopping Del Este.
O
shopping Monalisa apresenta uma estrutura física ótima, com vários andares,
escadas rolantes, A segurança do local é bem reforçada, os produtos são bem
divididos por setores, com uma diversidade grande de produtos (vinhos,
eletrônicos, perfumaria, produtos de beleza, jóias, roupas, doces) e marcas,
porém sempre apresentando marcas de boa qualidade e famosas, sendo os valores
dos produtos elevados, ainda é possível degustar e testar seus produtos, com o
auxilio dos vendedores que representam um número alto.
No ultimo andar
existe um restaurante sofisticado, com uma vista panorâmica da cidade.
Shopping Monalisa, vista panorâmica.
Fonte: Noemi Carvalho
O shopping China
apresenta uma estrutura de dois andares, o primeiro andar possui diversos
artigos (produtos para casa, decoração, bebidas, cosméticos, perfumes, roupas)
no piso subterrâneo encontramos artigos esportivos. Possuindo apenas um
segurança na porta, o shopping possuía inúmeras vendedoras, porém o atendimento
deixou a desejar, quando comparado ao shopping Monalisa a sua variedade de
produtos é inferior, porém os preços são mais acessíveis.
Em
ultima estância o Shopping Del Este, o local possui três andares, onde no
primeiro andar encontramos as lojas de diversos setores (bebidas, cosméticos,
perfumaria, roupas, decoração), no segundo andar pode ser encontrar um cassino,
com diversas máquinas caça-níqueis. No ultimo andar se tem a praça de
alimentação, como uma diversidade razoável de alimentos. Com um grande número
de atendentes. Em relação ao número de seguranças é considerável, quando
comparado aos outros shoppings visitados apresenta preços agradáveis e
distintos.
4 PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU
No dia 09 de maio no
período vespertino fomos ao Parque Nacional do Iguaçú, que se situa a poucos
quilômetros do centro da cidade de Foz do Iguaçu-PR e faz fronteira com o
Parque Nacional do Iguazú, localizado na província de Missiones, Argentina. O
parque foi criado através do Decreto de lei número 1.035, de 10 de janeiro de
1939, firmado pelo então presidente, Getúlio Vargas; o parque vizinho existia
desde 1934, diferença de cinco anos, que demonstra como as legislações
ambientais referentes as unidades de conservação se diferem, não apenas em
datas, mas também em relação a gestão do território, pois o parque visitado e o
vizinho são divididos pelo rio Iguaçu, afluente do Paraná (da bacia Paraná), ou
seja o uso do recurso hídrico é compartilhado pelos dois países e conforme
Gomes (2008) no bloco do Mercado Comum do Cone Sul a questão ambiental pode ser
considerada um dos maiores desafios do pois, apesar dos diversos acordos
comerciais integrados, poucas são as ações em conjunto dos países-membros em
relação ao meio ambiente, pois não existe uma 'harmonia' nas legislações
ambientais dos respectivos países.
Além dessa questão (da legislação
ambiental), podemos destacar outro aspecto nessa fronteira natural, referente a
geopolítica, cujo o fundamento da questão é a segurança nacional; na concepção
geopolítica brasileira, desenvolvida principalmente nos círculos militares (que
influenciou e influencia a organização desse território), a fronteira é
concebida como fronteira viva, um organismo vivo, ou seja, deve ser povoada com
circuitos demográficos e econômicos para fortalecer a posse territorial e […]
“a criação de parques nacionais ou qualquer outra categoria de área verde
legalmente protegida em zonas de fronteira sempre foi considerada pelos
militares brasileiros como uma “aventura extremamente perigosa” (Correia apud
Andersen, 2008). Assim essa área (assim como em outras, exemplo, a reserva Raposa do Sol) é concebida
na geopolítica dominante como um risco a segurança nacional brasileira, já do
outro lado da fronteira, o parque Argentino acaba se constituindo em uma defesa
natural contra possíveis invasores; Se o Parque Nacional do Iguaçú tem essa
característica (de fragilidade a segurança), a Usina de Itaipu que falaremos
adiante tem um caráter totalmente inverso, ela é ofensiva.
Cataratas do Iguaçu. Fonte: Noemi
Carvalho
Na visita ao parque podemos observar
na paisagem a magnitude da beleza natural, considerado pela UNESCO desde 1986
como Sítio do Patrimônio Mundial Natural, rico em belas paisagens, composta
pela biodiversidade da fauna e flora, abriga o maior remanescente da floresta
Atlântica estacional semidecidual, com um total de 185.262,5 ha. Além disso a
paisagem humana também é relevante nesse parque, divido as infraestruturas que
ele comporta, como hotel de luxo, heliportos, trilhas, restaurantes, lojas,
entre outros relacionados ao turismo ecológico e de aventura.
Um mês após a visita ao parque,
algumas atividades foram suspensas nele, pois segundo a empresa que administra
o parque (Cataratas do Iguaçu S.A., em conjunto com o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) o Parque Nacional do
Iguaçu registrou no dia 9 de junho a maior vazão d´água já vista, foi um dia
histórico. O volume d´ água foi de 46 milhões de litros por segundo. A
marca superou a vazão registrada no ano de 1983, quando atingiu 35 milhões de
litros. A vazão normal é de 1, 5 milhão de litros por segundo. Assim a
passarela em qual andamos estava intransitável e outras atividades tiveram que
ser suspensas, devido ao risco, além disso a vazão do rio destruiu e levou
parte da obra e máquinas da Usina do Baixo Iguaçu, usina essa que tem causado
discussões a respeito de sua construção, pois o parque corre o risco de perder
seu título (dado pela UNESCO), devido aos impactos ambientais que essa usina
pode oferecer.
5
USINA HIDRELÉTRICA
ITAIPU BINACIONAL
No sábado, dia 10, no
período da manhã e na parte da tarde fomos a Usina Hidrelétrica Itaipu
Binacional, localizada no rio Paraná na fronteira entre Brasil e Paraguai;
durante a visita ao local assistimos ao vídeo de apresentação da usina, cujo
conteúdo é a sua capacidade energética, a biodiversidade da fauna e flora e
alguns projetos desenvolvidos pela mesma; realizamos a visita panorâmica e
conhecemos alguns dos projetos desenvolvidos pela empresa, entre eles o
Ecomuseu, relacionado a educação ambiental e o refúgio
biológico de Bela Vista (1.920/ha), parte dos projetos de proteção a
fauna e flora.
Usina Itaipu, vista panorâmica.
Fonte: Noemi Carvalho
Na visita panorâmica podemos observar
a grandiosidade da construção, um dos maiores empreendimentos de engenharia do
mundo, na ocasião em que observamos a usina, as comportas do reservatório
estavam fechadas, pois só abrem no período de cheia do rio que é de dezembro a
fevereiro (período de chuvas intensas), mas devido as condições climáticas já
citadas, o vertedouro foi aberto neste mês de junho.
No ecomuseu podemos conhecer mais
sobre a história de construção da usina e sobre a região. O museu é dividido em
módulos que retratam desde a ocupação da região da Usina até os projetos de
conservação conduzidos pela Binacional. No local tem uma das maiores maquetes
do país, são 76m² que representam a Bacia do Paraná.
Maquete Bacia do Paraná. Fonte: Noemi
Carvalho
O museu também tem uma área para exposições,
onde estava exposto a exposição Lágrimas de São Pedro, do artista Vinicius S.A.
Exposição Lágrimas de São Pedro. Fonte: Noemi
Carvalho
Com
relação a construção da usina, Tesche, et al (?) coloca que,
[...]” o Brasil desenvolveu uma tecnologia própria de
construção de grandes
barragens e incorporou ao setor elétrico uma usina que
hoje responde por quase um quarto de todo o consumo nacional. Já o Paraguai
passou a contar com a energia suficiente para seu abastecimento durante as
próximas décadas, sem precisar fazer qualquer outro investimento no setor, além
de ter um papel muito significativo no desenvolvimento de toda a região de
fronteira”. (Tesche, et al, ?, p.1)
Ainda em conformidade com
Tesche, é destaque nessa usina, o pagamento de royalties, (compensação
financeira aos governos do Brasil e do Paraguai pela utilização do potencial
hidrelétrico do rio Paraná), esse pagamento foi regulamentado após a
Constituição de 1988, que determina sua redistribuição a estados, municípios e
órgãos federais. Os critérios para a distribuição dos royalties no Brasil foram
estabelecidos pelo Decreto Federal Número 1, de 11 de Janeiro de 1991,
conhecido como Lei dos Royalties. A maior parte dos royalties fica no Paraná,
sendo a metade para o governo do Estado e a outra metade para os 15 municípios
paranaenses situados na área do reservatório da hidrelétrica. “Também têm
direito aos royalties de Itaipu a Agência
Nacional de Energia Elétrica, o Ministério do Meio Ambiente e Amazônia Legal, o
Ministério de Ciência e Tecnologia, o Ministério de Minas e Energia e o Fundo
nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico”. (Tesche, et al, ?, p.1)
Em relação a geopolítica
de construção da usina Andersen (2008 p.16) coloca que ela é uma construção
ofensiva, pois, entre os seus mitos propósitos estavam [...]”(1) a disputa
Brasil-Argentina pela hegemonia do continente sul-americano; (2) a inibição da
industrialização no nordeste argentino pela redução do potencial hidrelétrico
do rio Paraná à jusante da represa e; (3) o bloqueio à navegação argentina nos
rios interiores da Bacia do Prata, com o inevitável impedimento do escoamento
de produtos paraguaios pelo porto de Buenos Aires”, ou seja, nessa fronteira a
construção da usina teve consequências geopolíticas (a usina além do já
colocado por Andersen também é uma verdadeira bomba de água), econômicas,
sociais e ambientais.
Entre esses desfechos da
construção da usina está o profundo aumento da densidade demográfica nessa
região de faixa de fronteira, até mesmo a irradiação brasileira na costa oeste
paraguaia, realizada pelos popularmente conhecidos brasiguaios; ocorreu um
imenso programa de desapropriação, pois parte da área inundada para formar o
reservatório tinha proprietários (agricultores e comerciantes), trazendo
implicações sociais; parte da fauna e flora foram submersos, submergindo até as
Sete Quedas, que era um atrativo turístico na cidade de Guaíra PR; mas entre
essas consequências (não tão boas) também destacamos as consequências
econômicas desencadeadas pela usina, tanto na produção de energia (e
'suficiência' energética devido ao potencial hídrico) quanto na arrecadação de
royalties que trouxeram profundas consequências ao país. Assim na visita á usina
binacional podemos observar a paisagem da construção seu funcionamento e seus
projetos, mas como Milton Santos disse, a paisagem também tem aspectos
invisíveis, que necessitam de observações maiores e com aprofundamento teórico,
então nesse trabalho podemos com o campo e a carga teórica que acumulamos
relacionar o que vimos á um pouco de teoria, trazendo a tona aspectos da
paisagem de parte do território brasileiro, parte essa conhecida como Tríplice
Fronteira.
Logo depois do almoço, nós conhecemos o
refúgio biológico, que é um dos projetos mais antigos da hidrelétrica, uma
unidade de proteção criada para receber milhares de plantas e animais das áreas
onde foram alagadas. O passeio é feito uma parte em uma carretinha e a outra
parte uma trilha a pé, sob instruções de dois guias que vão explicando todo o
percurso. Um dos trabalhos da usina foi a operação Mymba Kuera, que em tupi
guarani significa “pega bicho”, que ocorreu em 1982, quando ocorreu a formação
do lago. Em 23 dias foram salvos 36 mil animais das diversas espécies.
Fonte: Noemi Carvalho
No local tem um zoológico com
várias espécies, tem um do mais modernos hospitais veterinários do país, tem um
local onde eles cuidam de vários animais e depois devolvem os animais para a
natureza.
Fonte: Noemi Carvalho
6 PUERTO
IGUAZÚ
A cidade de Puerto Iguazú está
localizada na província de Missíones, nordeste da Argentina, com uma média de
80.000 habitantes. As Cataratas do Iguazú estão a aproximadamente 23 km,
tornando o turismo a principal atividade econômica da região. O comércio se
compõe essencialmente de hotéis, restaurantes, feiras ao ar livre e comidas
típicas, com seus alfajores, vinhos, conservas, entre outros.
Chegamos à aduana argentina já no
final da tarde de sábado, onde todos apresentaram os documentos para a entrada
e pegamos um taxi para economizarmos tempo na caminhada, pois nosso tempo era
curto. Estava tendo um encontro de motoqueiros, com palco, show com manobras,
estava bem cheio.
Puerto Iguazú, show com manobras.
Fonte: Noemi Carvalho
Andamos
pela feirinha tradicional da cidade, muitos compraram alfajores, doces
tradicionais, vinhos e outras bebidas, azeites, azeitonas, entre outros.
A
cidade é bem aconchegante, oferece uma infraestrutura legal, observamos que tem
bastante pousadas e hotéis, e bastante restaurante e bares, cassinos e vários
lojas que ficam abertas de noite também, até porque a vida noturna local é bem
agitado. Achamos o preço bem elevado em muitos produtos, na parte gastronômica principalmente.
A moeda lá é o peso argentino, e na conversão ele estava 1 peso para 3 reais,
mas na prática por ser uma cidade turística eles jogam o preço lá em cima.
Fonte: Noemi Carvalho
A turma parou
em um barzinho pra tomar uma Quilmes e para aproveitarmos o momento.
Bom,
retornamos de taxi para a aduana também, mas na volta eles estavam cobrando um
pouco mais na corrida, apresentamos os documentos para dar baixa na nossa saída
da Argentina e paramos no Duty Free.
O Duty Free
Shop
Argentina foi inaugurado em 2002, entre as
aduanas do Brasil e da Argentina, por isso é uma região isenta de impostos.
É uma loja de produtos importados que fica ao lado da aduana, lá
encontramos diversos produtos como: perfumes, chocolates suíços, brinquedos,
eletrônicos, óculos, relógios, bebidas, etc.
A loja estava lotada, por conta de uma liquidação, as filas estavam
imensas, mas ainda assim, compramos algumas coisinhas, apesar de verificarmos
que alguns preços são bem elevados.
Duty
Free Shop. Fonte: www.adimaritur.com.br
Após o Duty Free retornamos ao hotel, e todos tiveram a
noite livre. Domingo pela manhã pegamos a estrada e retornamos a Londrina,
chegamos por volta das 19:00.
7 CONCLUSÃO
O trabalho de
campo foi muito interessante e importante para nossa formação, foram três dias
bem corrido, mas muito proveitoso. Essa área da fronteira é uma das mais
importantes do país, e como fica no estado que vivemos, é essencial em nossa
bagagem, assim como outras paisagens e outras formações.
Foi
interessante entendermos todo o processo de formação dessa região, quais as
causas e consequências que a construção da Usina tiveram no espaço, a ligação
desses países. Observar a diferença de cada localidade, de cada cultura,
hábitos, língua, moeda local, o comercio, o padrão de vida de cada local. Ao
mesmo tempo, três cidades, uma em cada pais, com suas diferenças, conflitos,
mas que ao mesmo tempo buscam o desenvolvimento e uma certa integração.
8 REFERÊNCIAS
ANDERSEN, Sigrid. Dificuldades da Gestão Ambiental em Áreas de
Fronteira: Investigando a Origem dos Conflitos. Associação nacional de
pós-graduação e pesquisa em ambiente e sociedade. 2008.
CARVALHO,
M. S. Resumo: Violência na Fronteira – crianças, adolescentes e
mulheres. 2p. mimeo.
s/d.
CARVALHO, Noemi. Caderneta
de Campo. 2014.
CATARATAS
DO IGUAÇU S.A. Dia histórico nas cataratas do Iguaçu. 2014.Disponível em:http://www.cataratasdoiguacu.com.br/portal/paginas/430-dia-historico-nas-cataratas-do-iguacu.aspx.
Acesso em: 09/06/2014.
FERREIRA, Débora. Caderneta de Campo. 2014.
GOMES, Cristiane. Legislação
ambiental do Mercosul e gestão de recursos hídricos na tríplice fronteira.
Curitiba, 2008. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação
Geografia – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.
LIMA, Driely. Caderneta de Campo. 2014.
RABOSSI, Fernando. Árabes e muçulmanos em Foz do Iguaçu e Ciudad Del Este: notas
para uma re-interpretação. In: SEYFERTH, Giralda. et
al.Mundos em movimentos: ensaios sobre migrações. Santa
Maria: Ed. UFSM, 2007. p. 287 – 308.
RABOSSI, Fernando. Dimensões
da espacialização das trocas – A propósito de mesiteros
E sacoleiros em Ciudad Del Este. Revista do centro de
educação e letras da Unioeste - Campus
de Foz do Iguaçu. v. 6 p.
151-176 2004.
ROSEIRA, Antonio Marcos. Foz
do Iguaçu: cidade, rede sul – americana; orientador: Wanderley Messias da
Costa – São Paulo, 2006. Dissertação (Mestrado – Programa de Pós – Graduação em
Geografia Humana) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo.
SANCHES, Adriana. Caderneta
de Campo. 2014.
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